Projecto de Genética Populacional junta timorenses a estudar em Portugal

 

No âmbito do Projecto POPGeneTimor, cujos objectivos principais são a caracterização da diversidade genética do povo timorense através da análise de polimorfismos do DNA, realizou-se na UA um encontro nacional de estudantes timorenses.
O encontro, que teve lugar no passado dia 30 de Novembro, foi uma iniciativa destinada a recolher amostras sanguíneas para o Projecto e simultaneamente uma jornada de desporto e convívio.

Recolha de amostras salivares (alternativa a recolha de sangue)

Colheitas salivares


Compareceram à chamada núcleos de estudantes das Universidades de Aveiro, Coimbra (o mais expressivo), Braga, Porto, Lisboa e das Escolas Profissionais de Aveiro, Entroncamento e Sicó.


A iniciativa resultou da acção conjunta do Departamento de Biologia e do Centro de Biologia Celular com os Serviços de Acção Social da U.A.

Desde já os nossos agradecimentos públicos aos Serviços Sociais da Universidade de Aveiro, nomeadamente ao senhor administrador Mestre Hélder Castanheira, ao Dr. Miguel Oliveira e às enfermeiras que com toda a simpatia e competência colaboraram no processo de recolhas.

Colheitas sanguíneas

 Agradecemos também o apoio do Hipermercado JUMBO de Aveiro, dos Serviços de Relações Externas da U.A e do BIONÙCLEO.

Equipa vencedora do torneio de Futsall

 

Entrega de prémios pelo Presidente do Conselho Directivo do Departamento de Biologia, Prof. Amadeu Soares.

Antes da sessão de recolhas sanguíneas, Luis Souto Miranda, responsável por este Projecto, proferiu uma palestra onde fez o “estado da arte” sobre a interessante questão da diversidade antropológica que se pode encontrar no povo timorense e inteirando os participantes voluntários nos objectivos e potencialidades desta investigação.
Áreas como a aplicação da biologia à justiça, serão de imediata utilidade, sendo ainda perspectiváveis estudos colaterais na área da saúde, a longo prazo.


Do ponto de vista da moderna antropologia biológica, este estudo poderá fornecer novas pistas para compreender as origens do povo timorense.


Nos anos 50, uma importante missão liderada pelo prof. António de Almeida, da Universidade de Lisboa, fez o “reconhecimento” da distribuição dos grupos Rh e ABO, além de trabalhos determinantes na área da arqueologia.
Actualmente, como se compreende, são universidades australianas que prosseguem o esforço científico interrompido com a ocupação indonésia, nas áreas da arqueologia como em outras. Restos de amostras sanguineas das missões antropológicas dos anos 50 foram entregues por Portugal a centros europeus.


Na sequência da visita de Luis Souto a Timor-Leste, em 2001, o Departamento recebeu já algumas amostras provenientes de Timor, a que se vêm juntar mais este grupo obtido com a organização deste encontro na Universidade de Aveiro.
O estudo que se pretende desenvolver no Departamento de Biologia  será o primeiro trabalho com marcadores polimórficos de DNA em populações timorenses.